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( sol2070.in/2025/11/o-homem-do-castelo-alto-philip-k.dick/ )
O Homem do Castelo Alto (The Man in The High Castle, 1962, 312 pgs) é considerado um dos melhores e mais filosóficos romances de Philip K. Dick. Também é dos mais “literários”. Como diz Ursula K. Le Guin no artigo traduzido em seguida:
Pode muito bem ser a primeira grande e duradoura contribuição da ficção científica à literatura americana.
Talvez por isso tenha passado em branco quando li há algumas décadas, entre seus livros mais fantásticos. Pude apreciar melhor só agora.
É uma estória com múltiplos pontos de vista em uma distopia de história alternativa, em que o Eixo da Alemanha nazista, Japão e Itália venceu a Segunda Guerra algumas décadas antes. Esses países dominam e colonizam o planeta com seus supremacismos raciais e culturais.
Entre as personagens, adentramos o cotidiano de um vendedor de antiguidades, um espião, …
( sol2070.in/2025/11/o-homem-do-castelo-alto-philip-k.dick/ )
O Homem do Castelo Alto (The Man in The High Castle, 1962, 312 pgs) é considerado um dos melhores e mais filosóficos romances de Philip K. Dick. Também é dos mais “literários”. Como diz Ursula K. Le Guin no artigo traduzido em seguida:
Pode muito bem ser a primeira grande e duradoura contribuição da ficção científica à literatura americana.
Talvez por isso tenha passado em branco quando li há algumas décadas, entre seus livros mais fantásticos. Pude apreciar melhor só agora.
É uma estória com múltiplos pontos de vista em uma distopia de história alternativa, em que o Eixo da Alemanha nazista, Japão e Itália venceu a Segunda Guerra algumas décadas antes. Esses países dominam e colonizam o planeta com seus supremacismos raciais e culturais.
Entre as personagens, adentramos o cotidiano de um vendedor de antiguidades, um espião, um artesão contracultural, uma praticante de artes marciais e um burocrata japonês. Um elemento une essas vidas com uma estória dentro da estória: um romance de ficção científica bestseller, proibido nas áreas dominadas pelos nazistas, sobre um mundo alternativo, similar ao nosso. Outro fator intrigante é a influência do I-Ching, método milenar de adivinhação chinês, na cultura, guiando muitas das personagens. Dick mesmo afirmou ter usado esse oráculo para construir a estória.
Quem ler com as expectativas tradicionais da ficção científica pode se decepcionar (como eu na primeira leitura). O romance vai bem além do gênero e o enredo não aponta para resolução, mas sim para uma inquietação, o grande tema do visionário escritor: o que está por trás da realidade? Como em diversas outras estórias de Dick, são pessoas ordinárias, quase quadradas, que terminam notando o padrão das fendas naquilo que é chamado de concreto.
Segue a tradução da linda introdução que Ursula K. Le Guin escreveu para uma edição especial de O Homem do Castelo Alto, publicada em 2015.
